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Os preços das commodities como soja e milho estão pressionados. O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) caiu 24% nos últimos 12 meses. No Brasil, as cotações da oleaginosa estão por baixo, em média 20% inferiores às registradas no ano passado.
Mesmo com a nĂŁo renovação do acordo que permite Ă Ucrânia exportar grĂŁos pelo Mar Negro, os preços devem se manter achatados. Os motivos sĂŁo a maior produção mundial, bem como uma pressĂŁo menor das importações uma vez que muitos paĂses já recompuseram seus estoques. AlĂ©m disso, impactos adversos do clima que ocorreram nos anos anteriores nĂŁo se repetiram com tanta gravidade.
Outro ponto crĂtico Ă© a nossa infraestrutura logĂstica de transportes e armazenagem. Por exemplo, estamos em plena colheita da segunda safra de milho, que deve superar 100 milhões de toneladas, e a grande maioria dos produtores nĂŁo tem onde estocar a produção. Imagens de grĂŁos ao relento sĂŁo comuns.
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O produtor, sobretudo o pequeno e o mĂ©dio, passa por um momento delicado de fluxo de caixa. Mesmo quem fez hedge – travou seu preço de venda – pode nĂŁo conseguir exercer essa opção, porque nĂŁo tem onde armazenar, a fim de entregar futuramente. A tĂtulo de comparação, os EUA tĂŞm capacidade para estocar 150% da safra.
Nossa matriz de transportes, baseada em rodovias, Ă© outro histĂłrico desafio: Ă© ineficiente, pela condição ruim da maioria das estradas, o que gera perdas e desperdĂcios, arruinando o ganho obtido dentro das fazendas, pressionando a margem do agricultor e encarecendo o produto final.
O recomendável é que o escoamento por longas distâncias ocorra por ferrovias e hidrovias, o que é exceção. Mesmo com a alta dos embarques via portos do Arco Norte, nossa estrutura portuária é aquém da necessária e a existente, deficitária. Investimentos em infraestrutura demandam recursos gigantescos e precisam constar de um plano de Estado. Praticamente nada foi feito nos últimos anos, e o que saiu do papel primordialmente foi financiado pelo setor produtivo.
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Neste momento, Ă© importante que mecanismos de gestĂŁo de riscos estejam disponĂveis para o produtor, em especial os recursos para comercialização e o seguro rural. Em particular sobre o seguro, sua necessidade sĂł se acentua devido Ă s mudanças climáticas, mas os prĂŞmios sĂŁo altos, o que inviabiliza sua expansĂŁo. As subvenções federal e estadual sĂŁo indispensáveis e, na verdade, precisam ser elevadas.