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A Cocamar, uma das principais cooperativas do paĆs, estĆ” completando 60 anos. Teve inĆcio em MaringĆ”, no auge da crise cafeeira do paĆs, quando havia uma superprodução, queda de preƧos e compras feitas por intermediĆ”rios, o que complicava a situação econĆ“mica dos produtores de cafĆ© Ć Ć©poca.
A Cocamar dos 60 anos Ć© bem diferente daquela de seu inĆcio. O cafĆ© deixou de ser o foco principal, e uma gama de outros produtos entrou na sua lista. Pioneira na regiĆ£o de MaringĆ”, a cooperativa busca agregar valor aos produtos recebidos dos cooperados.
“AlĆ©m da agregação de valor, a cooperativa tenta amenizar as oscilaƧƵes de mercado e fazer com que os riscos de crĆ©dito fiquem mais pulverizados”, afirma o vice-presidente da entidade, JosĆ© CĆcero Aderaldo, o Zico.
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Para ele, dadas as condiƧƵes das propriedades da regiĆ£o, o produtor agrĆcola teria muita dificuldade para sobreviver economicamente sem a cooperativa. Pelo menos 70% das propriedades tĆŖm atĆ© 50 hectares.
O volume produzido em uma propriedade deste tamanho Ć© pouco atrativo para multinacionais, mas plausĆvel para uma cooperativa, que, em geral, Ć© formada pela uniĆ£o de pequenos produtores.
“A cooperativa nĆ£o vai a uma regiĆ£o para extrair a riqueza do local e levĆ”-la para outro. Ela atua para deixar a riqueza na própria regiĆ£o”, diz Aderaldo.
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As cooperativas tĆŖm evoluĆdo com o aumento de produção nas regiƵes em que atuam, e a Cocamar nĆ£o tem sido diferente. Nesta safra, vai receber 4 milhƵes de toneladas de grĆ£os, somando soja, milho e trigo.
Esse avanço na produção agropecuÔria tem exigido também uma evolução das cooperativas, não só no recebimento de um volume cada vez maior de produtos como também na industrialização.
A capacidade atual de armazenagem da Cocamar Ć© de 2,2 milhƵes de toneladas, mas a cooperativa jĆ” se prepara para pelo menos 3 milhƵes. “NĆ£o precisamos ter os 4 milhƵes, uma vez que sĆ£o safras diferentes, mas precisamos estar preparados para a decisĆ£o de venda do produtor, que nem sempre faz uma comercialização de uma só vez”, afirma o vice-presidente.
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A cooperativa jÔ tem 16 plantas industriais, que vão de esmagamento de soja à produção de ração e de nutrientes foliares. O incentivo da própria cooperativa para que produtores entrem em mais atividades gera novas exigências.
à o caso do programa ILPF (Integração Lavoura-PecuÔria-Floresta), sempre incentivado pela Cocamar. O avanço da aplicação do programa nas propriedades dos associados gerou a necessidade do processamento e da comercialização de carne bovina precoce, um programa que começarÔ em breve.
As mudanças no agronegócio criam exigências para as cooperativas. Aderaldo diz que a Cocamar tem diversos projetos para serem implementados. Após a implementação da indústria de biodiesel, jÔ são feitos estudos de avaliação para a produção de etanol de milho.
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EstÔ no radar, ainda, o incentivo à criação de peixes na região, com base em uma tecnologia diferente, afirma o vice-presidente. O avanço da agricultura nas regiões onde atua estÔ obrigando também a Cocamar a duplicar a indústria de processamento de soja.
“NĆ£o paramos de investir, e dedicamos pelo menos 50% do resultado da cooperativa em investimentos todos os anos”, afirma Aderaldo. Ele destaca, no entanto, que Ć© uma tarefa difĆcil com os juros nos patamares atuais.
Alguns investimentos, porém, são pontuais e indispensÔveis, como a ampliação da capacidade de armazenagem. Tendo em vista o maior volume de grãos que a cooperativa passou a receber nos anos recentes, ela estÔ ampliando em 300 mil toneladas a sua capacidade. Esse volume é 15% da capacidade atual.
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“Temos de dar abrigo Ć produção do cooperado. Este ano foi um desespero. EsperĆ”vamos 2,1 milhƵes de toneladas e recebemos 2,3 milhƵes”, diz o vice-presidente.
“E agora chega a safra de milho e, como a comercialização estĆ” mais lenta, vai ser outro desespero. Mas Ć© sempre uma decisĆ£o complexa a ser tomada, uma vez que a produção do milho Ć© mais incerta”, afirma
“Podemos esvaziar o armazĆ©m, retirando a soja, e nĆ£o receber o milho na quantidade que esperĆ”vamos. Vai ser com muito sofrimento”, diz.
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Aderaldo afirma que a cooperativa tem de dar suporte a todas as necessidades do cooperado: do diesel à colheitadeira. A partir de 2016, a Cocamar virou revendedora exclusiva da John Deere em vÔrias das regiões onde atua.
“A cada mĆ”quina que vendemos aumentamos a capacidade do produtor de produzir. Se nĆ£o aumentarmos nossa estrutura, o gargalo passa a ser aqui [na cooperativa]”.
O maior acesso do produtor às mÔquinas e o avanço da tecnologia nelas permite que o plantio e a colheita sejam feitos mais rapidamente. Uma safra, que antes era feita em 30 dias, hoje pode ser colhida em 15, e a cooperativa tem de estar preparada para esse ritmo intenso, afirma Aderaldo.
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A Cocamar, que faturou R$ 7 bilhƵes em 2020, deverƔ atingir a marca de R$ 15 bilhƵes em 2025, segundo o planejamento estratƩgico da cooperativa.