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Agricultores de Linhares, na RegiĂŁo Norte, maior produtor de cacau do EspĂrito Santo, com uma mĂ©dia de 8 mil toneladas por ano, estĂŁo animados com a valorização do preço da amĂȘndoa do fruto, matĂ©ria-prima do chocolate. O preço da saca atingiu o maior patamar em quase 50 anos na Bolsa de Londres, na Inglaterra.
Mauro Rossoni tem mais de 80 mil pés de cacau e disse que as sacas, vendidas por R$ 900 no ano passado, este ano estão sendo negociadas por cerca de R$ 1 mil. A alta do preço estå animando ainda mais o produtor.
“A gente aqui trabalha com cacau certificado, de qualidade tipo 1, um cacau superior, e jĂĄ estĂĄ conseguindo prĂłximo dos R$ 1 mil a saca. Mas quem nĂŁo tem propriedade certificada e nĂŁo possui um cacau de qualidade pra oferecer ao mercado, ainda nĂŁo estĂĄ chegando a esse preço. Quem tem qualidade com certeza estĂĄ conseguindo sair na frente e consegue um preço ainda maior”, disse Mauro.
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O produtor tambĂ©m disse que nos Ășltimos dois meses o aumento da saca tem variado entre R$ 150 e R$ 170. Em pleno perĂodo de entressafra, os produtores estĂŁo preparando as roças para a safra principal, que começa em meados de agosto.
“TĂĄ todo mundo animado. Muita gente conversando sobre isso. Os produtores se falando e uma fatia esperando preços melhores ainda. Outros jĂĄ estĂŁo fazendo as vendas. Havia um tempo jĂĄ que nĂŁo fixava um preço nessa faixa que estĂĄ acontecendo agora. EntĂŁo, os produtores realmente vĂŁo se animando mais e a corrida pra tratar e cuidar da roça cada dia que passa aumenta mais”, disse o produtor.
O valor mais alto do produto se deve Ă queda na oferta do produto depois que os paĂses Costa do Marfim e Gana, maiores produtores do mundo, sofreram com inundaçÔes nos campos, que acabaram prejudicando o processo da colheita e secagem dos grĂŁos.
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PlantaçÔes na Bahia e no EspĂrito Santo tambĂ©m foram afetadas e a estimativa Ă© que a colheita seja menor este ano. Mas, por outro lado, com menos produto no mercado, os preços sobem.
Produtor diversifica produção para driblar variaçÔes do mercado
Na propriedade de Emir Macedo Gomes Filho são mais de 70 mil pés de cacau. O produtor, que também produz mudas vendidas para outras lavouras, tem diversificado a produção para driblar as variaçÔes do mercado.
“JĂĄ vĂnhamos trabalhando com qualidade. Alguns produtos sĂŁo feitos na fazenda e outros, terceirizados. Resolvemos tambĂ©m desdobrar isso, processar tambĂ©m e trabalhar com derivados do cacau. Dessa forma, a gente consegue melhorar a receita da propriedade e agregar valor ao produto e ao nosso trabalho”, disse o produtor.
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Mesmo com a possĂvel baixa na produção, Emir disse que estĂĄ otimista e na expectativa para que o preço do cacau aumente ainda mais.
“A expectativa Ă© boa porque o mercado estĂĄ em alta, o viĂ©s Ă© de alta. Que o preço continue subindo e melhorando. PorĂ©m, isso ainda nĂŁo impactou de forma produtiva para os produtores porque o preço pago hoje pela saca ainda nĂŁo nos atende, porque o custo de produção tambĂ©m subiu e nosso poder de compra diminuiu. As perspectivas sĂŁo boas e acreditamos que esse mercado vai continuar a subir”, disse Emir.
As amĂȘndoas produzidas em Linhares, na RegiĂŁo Norte do EspĂrito Santo, sĂŁo reconhecidas internacionalmente.
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AndrĂ© Luiz Scampini, secretĂĄrio executivo da Associação dos Cacauicultores do EspĂrito Santo (Acau), disse que a alta no preço das sacas incentiva os agricultores a produzirem cacau com ainda mais qualidade.
Com a escassez dos frutos, o valor da saca também subiu em Nova York para US$ 3.348 a tonelada, o maior valor em sete anos e meio.
Segundo o representante da Acau, caso a demanda continue alta, a tendĂȘncia Ă© que o preço continue subindo atĂ© que os dois maiores produtores mundiais voltem a fornecer cacau.
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“Tradicionalmente, Linhares Ă© um polo cacaueiro. Agora com a queda do fornecimento pela Costa do Marfim e Gana, a demanda estĂĄ aumentando, a oferta estĂĄ reduzindo e o preço estĂĄ subindo. A tendĂȘncia Ă© que nos prĂłximos meses o mercado do cacau se equilibre e possa voltar a cair”, disse AndrĂ© Luiz Scampini.