O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, mais uma vez não conseguiu sustentar o sinal positivo e fechou em queda nesta quinta-feira (17), no 13º pregão consecutivo de perdas.
Segundo levantamento do TradeMap, não há registro de uma sequência tão longa de recuos desde 1980, última data da base de dados. Vale ponderar, no entanto, que o Ibovespa começou em 1968.
Investidores continuaram a repercutir a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), na véspera, além de monitorarem o noticiário econômico doméstico.
Ao final do pregão, o índice recuou 0,53%, aos 114.982 pontos, renovando o menor patamar desde junho.
No dia anterior, o Ibovespa fechou em queda de 0,50%, aos 115.592 pontos. Com o resultado, passou a acumular:
- quedas de 2,10% na semana e de 5,21% no mês;
- ganhos de 5,34% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Com a falta de indicadores econômicos mais relevantes na agenda brasileira nesta quinta-feira (17), investidores continuaram a repercutir a ata do Fed, divulgada na véspera.
Segundo o documento “a maioria dos participantes continuou a ver riscos significativos de alta para a inflação, o que pode exigir mais aperto da política monetária”, sinalizando que os preços ainda estão em níveis elevados e que, para interromper o ciclo de altas, o comitê precisa enxergar sinais mais claros de desaceleração na inflação.
A ata também mostrou que as autoridades do Fed ficaram divididas em relação ao aumento estabelecido na última reunião, ocorrida em julho, que levou as taxas a um patamar entre 5,25% e 5,50%.
“Os participantes permaneceram resolutos em seu compromisso de reduzir a inflação para a meta de […] 2%”, diz a ata.
O documento ainda destacou que alguns membros da instituição começam a se preocupar com os impactos das altas dos juros na atividade econômica dos Estados Unidos e temem que isso cause danos aos empregos no país.
Na agenda de indicadores norte-americana, dados mostraram que os pedidos de auxílio-desemprego na última semana atingiram 239 mil, quase em linha com os 240 mil projetados por economistas ouvidos pela Reuters.
Ainda no exterior, investidores também continuavam a monitorar o noticiário chinês, após o Banco do Povo da China informar, em relatório sobre a implementação da política monetária no segundo trimestre, que vai apoiar “firmemente a recuperação e o desenvolvimento da economia real”.
A indicação do BC chinês surgiu após o país apresentar, nos últimos dias, uma série de dados econômicos considerados fracos, pressionando as moedas de países exportadores de commodities, como o real.