O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (3) que o país acordou mais “aliviado” depois da decisão do Banco Central de iniciar o ciclo de corte da taxa básica de juros.
Nesta quarta-feira (2), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu a taxa Selic de 13,75% para 13,25% ao ano, um corte de 0,5 ponto percentual.
Foi a primeira redução em três anos, que aconteceu após a melhora dos resultados mais recentes da inflação e, também, de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos últimos meses.
“Hoje o país acordou mais aliviado. Uma quantidade de pessoas mandando mensagens. Sempre falo com ele [Campos Neto], cumprimentei [pela decisão], disse que era equilibrada”, declarou o ministro, em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews.
Haddad também observou que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deu o voto de minerva e desempatou o placar em favor de uma redução maior, de 0,5 ponto percentual. Parte menor da diretoria votou por um corte menor dos juros, para de 0,25 ponto, para 13,50% ao ano.
“O fato de os dois diretores do Lula [Gabriel Galípolo e Ailton Aquino, indicados pelo presidente] terem votado junto com o Presidente do BC [Campos Neto], que deu o voto de desempate, estava 4 a 4, ele arbitrou… Os debates que aconteceram foram técnicos”, acrescentou Haddad.
O ministro da Fazenda voltou a defender uma “harmonização” da política fiscal, ou seja, sobre as contas públicas, com a monetária (definição dos juros para conter a inflação). Se os há equilíbrio das contas, em tese o BC pode se mover mais rapidamente em direção a juros mais baixos.
“Eu conheço muito melhor os modelos que rodam no BC para estimar o quanto o fiscal [contas públicas] está impactando [a inflação]. E vou conhecer muito mais, quero me aproximar do Banco Central”, afirmou o ministro.
Em comunicado divulgado após a reunião nesta quarta-feira, o Copom também informou que, nos próximos encontros, pode continuar fazendo na Selic “redução da mesma magnitude” desta quarta-feira. Ou seja, cortes de 0,5 ponto percentual.
“Em se confirmando o cenário esperado [de desinflação e ancoragem das expectativas em torno da meta de inflação], os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, informou o Banco Central.