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O avanço de 0,56% da atividade econĂ´mica em abril foi considerado acima das expectativas por economistas. A projeção do mercado era de que o Índice de Atividade EconĂ´mica do Banco Central (IBC-BR), considerado uma prĂ©via do Produto Interno Bruto (PIB) do paĂs, apresentasse alta de 0,20%.
“Os dados divulgados do IBC-Br superaram as expectativas e confirmaram o movimento que já havĂamos observado na Ăşltima divulgação do PIB. O indicador acima do consenso indica maior aquecimento da atividade e segue há alguns meses superando as estimativas, mostrando um inĂcio de ano positivo para a economia brasileira”, diz Gabriel Costa, da Toro Investimentos.
No acumulado em 12 meses, o Ăndice de atividade econĂ´mica registra alta de 3,43%. Já em comparação com abril do ao passado, o crescimento Ă© de 3,88%.
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André Cordeiro, economista-sênior do Inter, ressalta o desempenho da economia brasileira e diz que a expectativa é de um crescimento de 2% neste ano.
“O resultado indica que a atividade está mais robusta que o antecipado, mesmo com o aperto monetário e a demanda mais fraca, o que sugere um crescimento mais forte em 2023. Dado o resultado do PIB do 1º trimestre, esperamos que a economia brasileira cresça 2% em 2023”, afirma.
AlĂ©m disso, o economista explica que o resultado positivo do Ăndice ocorreu apesar dos resultados fracos de indĂşstria, serviços e varejo. “Destes trĂŞs setores, apenas varejo teve desempenho positivo em abril, indicando estabilidade ao subir apenas 0,1%”.
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“Como o conjunto de dados utilizado pelo Banco Central para computar esse Ăndice Ă© bem mais amplo, o resultado pode ser um sinal de que o setor agropecuário e o setor externo estejam desempenhando bem, compensando o enfraquecimento nos outros setores”, conclui Cordeiro.
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂstica (IBGE), o primeiro trimestre de 2023 registrou crescimento de 1,9% em comparação ao mesmo perĂodo de 2022, impulsionado pela agropecuária, que cresceu 21,6% no perĂodo, com safras recordes de soja e outros grĂŁos para exportação.
AlĂ©m do resultado do Ăndice nesta sexta, outros dados corroboram para a revisĂŁo das estimativas da economia em 2023. O Banco Original, em comunicado, alterou a expectativa de crescimento do PIB de 1,7% para 1,9% neste ano.
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“Mesmo o cenário nĂŁo sendo fácil, estamos vendo constantes revisões de PIB para cima e inflação para baixo, movimento tĂpico de um choque de oferta. AlĂ©m disso, aquela narrativa de moderação da atividade econĂ´mica tem sido jogada cada vez mais para frente. Para o segundo trimestre, projetamos um PIB de 0,2% t/t; para 2023, revisamos nossa projeção de 1,7% para 1,9%”, diz o banco.
No Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central (BC) que reúne as projeções econômicas do mercado financeiro, a previsão média para o PIB já subiu de 1,26%, no fim de maio, para 1,84% na edição de segunda-feira (12).
Gabriel Barros, economista-chefe da Ryo Asset, comenta que a “surpresa” do IBC-Br “alimenta uma visão mais construtiva para o crescimento esse ano, de resiliência da economia, ainda que o dado o IBC-Br de abril tenha ido na direção oposta à sinalização das pesquisas mensais da indústria, comércio e serviços”.
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Taxa de juros
O otimismo com os Ăşltimos indicadores faz com que os olhos do mercado e da polĂtica se voltem para o ComitĂŞ de PolĂtica Monetária (Copom), do Banco Central (BC), que se reĂşne na prĂłxima quarta-feira (21) para uma nova decisĂŁo da taxa básica de juros, a Selic.
Uma pesquisa realizada pelo BTG Pactual, com agentes do mercado financeiro, mostra que 61% dos entrevistados apostam que o ciclo de cortes da taxa Selic deve ser iniciado na reuniĂŁo do Copom de agosto, enquanto 30% dos participantes enxergam que o inĂcio da queda dos juros deve ocorrer em setembro.
Com relação Ă expectativa para o nĂvel dos juros no fim do ano, 71% dos pesquisados disseram que a taxa Selic deve encerrar 2023 entre 12,0% e 12,75%.