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A decisão do Banco Central de reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, anunciada nesta quarta-feira (2), fortalece a política econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O ministério vem dando sinais de que o país vai controlar suas contas públicas e, ao mesmo tempo, garantir a volta do crescimento da economia brasileira.
Também em favor de Haddad, ao cortar o juro básico, o Comitê de Política Monetária (Copom) sinaliza que o Congresso Nacional precisa continuar contribuindo para a melhora do cenário econômico.
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O recado está no comunicado do Copom, divulgado junto com o anúncio da queda dos juros de 13,75% para 13,25% ao ano. Câmara e Senado precisam aprovar:
- o novo marco fiscal,
- o projeto que restabelecer o voto de desempate em favor do governo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), instância de apelação de processos da Receita Federal;
- as medidas que o Ministério da Fazenda vai encaminhar ao Legislativo para garantir o déficit público zero no próximo ano;
- a reforma tributária.
O Congresso, que até agora tem sido parceiro de Fernando Haddad, precisará renovar essa parceria para permitir que o BC mantenha a trajetória de redução de juros. Redução essa que, aos poucos, vai sendo transferida para os consumidores no mercado de crédito.
Ainda na quarta, pouco após o anúncio do BC, a Caixa Econômica reduziu a taxa de juros do crédito consignado para beneficiários do INSS.
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Na reunião desta semana, por cinco votos a quatro – e com direito a voto de desempate do presidente Roberto Campos Neto –, o BC optou por um corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, que é referência para o mercado.
A nota sinalizou ainda que as próximas reuniões podem gerar novos cortes na casa de 0,5 ponto. Com isso, o país poderia fechar o ano com o juro básico em 11,75%.
Isso, claro, caso o Congresso continue apoiando as medidas enviadas pelo Ministério da Fazenda e defendidas por Haddad.
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A dúvida, neste caso, é sobre quando essa trajetória de queda será interrompida e qual será o “piso” da Selic. No mercado, fala-se em um valor entre 9% e 10%.
Pacificação entre BC e Fazenda
O voto de minerva de Campos Neto deve contribuir para acalmar os ânimos no mundo da política, e essa tranquilidade também ajuda a manter o projeto de queda dos juros.
Após a divulgação do Copom, Haddad saiu em defesa do presidente do BC e classificou a decisão como “técnica”, o que também favorece uma calmaria na área econômica.
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Desde janeiro, o governo trava uma batalha pública com Campos Neto. Lula e ministros pressionam pela redução dos juros para estimular a economia e a geração de emprego. Enquanto isso, o BC trata o assunto com cautela e mantém os juros altos apontando um risco de descontrole da inflação.
Na quarta, antes do fim da reunião do Copom, Lula declarou que o BC deveria ter cortado os juros “há três reuniões atrás” e que Campos Neto “não entende de Brasil”, por exemplo.