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O ministro da PrevidĂŞncia Social, Carlos Lupi, disse, nesta segunda-feira (10), que a medida provisĂłria (MP) que recriará o pagamento de bĂ´nus de produtividade para servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deve ser assinada ainda esta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida vai fazer com que os funcionários consigam analisar mais pedidos de benefĂcios, em um esforço para diminuir a fila de espera.
AtĂ© o fim de junho, estavam Ă espera de perĂcia mĂ©dica e análise administrativa cerca de 1,8 milhĂŁo de pedidos relacionados a benefĂcios como aposentadoria, pensĂŁo, salário-maternidade, auxĂlio assistencial para idoso e pessoa com deficiĂŞncia, por exemplo.
“Hoje tem uma média de 800 mil pedidos a cada mês, além da fila. Há três meses consecutivos estamos atendendo mais requeridos de pedido inicial, ou seja, estamos atendendo mais do que recebemos. O bônus de produtividade faz o chamado contraturno. Você tem um turno normal e você vai ter um contraturno, em que o servidor vai receber uma gratificação para poder fazer só a fila. Então nós vamos começar no final da fila, que é em torno de um ano, até o momento de hoje. A nossa intenção é até dezembro ficar com toda a fila enquadrada na lei, que é 45 dias de demora” disse o ministro à  Agência Brasil.
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TransparĂŞncia
No último dia 5, o Ministério da Previdência Social lançou o Portal da Transparência Previdenciária. Pela internet, qualquer cidadão pode consultar o tamanho e o perfil da fila do INSS. Até o fim do mês passado, 36% dos pedidos estavam dentro da meta de até 45 dias.
O ministro citou ainda a informatização e convênios com ministério e órgãos públicos como caminhos para otimizar a produção do INSS.
“Todo o programa de assistĂŞncia social Ă© feito pelo CadĂšnico, sistema que os municĂpios tĂŞm. Se o MinistĂ©rio do Desenvolvimento e AssistĂŞncia Social, FamĂlia e Combate Ă Fome [MDS] faz um atendimento da assistĂŞncia social, por que eu tenho que fazer de novo, por que isso nĂŁo pode ser automático? Já estĂŁo começando as experiĂŞncias piloto para que tudo aquilo que for de assistĂŞncia social seja automático. Saiu do lado do MDS, aqui Ă© sĂł conceder, Ă© sĂł liberar”, explicou Lupi.
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Outras parcerias sĂŁo com o MinistĂ©rio da Agricultura e Pecuária, em relação ao trabalhador rural, e com o MinistĂ©rio da SaĂşde e o Sistema Ăšnico de SaĂşde (SUS), para permitir análise de benefĂcios por telemedicina e atestados mĂ©dicos digitalizados.
A Marinha tambĂ©m terá um convĂŞnio com o MinistĂ©rio da PrevidĂŞncia Social para compartilhamento de informações sobre pescadores artesanais aptos a ter acesso ao Seguro Defeso – espĂ©cie de seguro-desemprego que eles recebem durante o perĂodo de pesca proibida.
Citando que o paĂs deve chegar ao fim do ano com cerca de 39 milhões de segurados, o ministro defendeu o gasto pĂşblico com aposentados e pensionistas. “Quem acha que Ă© despesa nĂŁo sabe o que Ă© investimento. Sessenta por cento dos municĂpios brasileiros sĂŁo sustentados pelos benefĂcios da PrevidĂŞncia Social. Esse mĂŞs foram R$ 60 bilhões. NĂŁo Ă© gasto investir na economia”, disse. “A melhor e mais eficaz maneira de vocĂŞ fazer o crescimento econĂ´mico Ă© jogar dinheiro na mĂŁo de quem precisa, porque essa pessoa vai comprar para sobreviver, para ter dignidade”, completou Lupi.
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CLT 80 anos
As declarações do ministro Lupi foram feitas durante um painel de discussão no evento 80 Anos de CLT e o Futuro do Direito Sindical, promovido Instituto dos Advogados Brasileiros, no Rio de Janeiro.
Na mesa de debates, composta por magistrados e advogados trabalhistas, participantes fizeram um histórico sobre a Consolidação das Leis do Trabalho, que data de 1º de maio de 1943. Houve também uma análise da reforma trabalhista, aprovada pelo Congresso Nacional em 2017.
O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Alexandre Agra Belmonte avaliou que a reforma errou ao deixar de fora temas como a regulamentação do trabalho em plataformas digitais e do trabalhador autĂ´nomo. O magistrado apontou o que considera Ăşnico acerto da mudança nas leis trabalhistas. “Atribuiu aos sindicatos autoridade e efetividade na negociação das condições de trabalho. Os acordos e convenções coletivas sĂŁo, por natureza, instrumentos de flexibilização, para isso que acordo e convenção existem. Quando a acordo Ă© feito pelas categorias, a legislação fica paralisada e Ă© substituĂda pela norma coletiva, que Ă© muito mais interessante para os integrantes da categoria do que aquela norma produzida pelo Estado.”
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O ministro Carlos Lupi chamou a reforma trabalhista de antirreforma e criticou o fim do imposto sindical – pago diretamente pelos trabalhadores, que servia de fonte de financiamento para os sindicatos. “Como um sindicalismo pode existir se não tiver fonte de renda, fonte de receita? De que maneira, como organizar os seus sindicalistas?”, questionou.
Atualmente, está em julgamento no Supremo Tribunal Federal um recurso sobre a inconstitucionalidade da contribuição imposta aos empregados não filiados a um sindicato, por acordo ou convenção coletiva. Essa contribuição seria uma forma de os sindicatos encontrarem fontes de renda mesmo com o fim do imposto sindical.