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Em meio à alta de preços e também à demanda do mercado internacional, produtores de gengibre do Espírito Santo estão comemorando o aumento no preço de venda do produto e nas exportações deste ano. Atualmente, o estado envia mais de 90% da produção para outros países da América, Europa e Ásia.
Se em 2022, com a supersafra em outros países, o cenário foi desanimador devido à pouca aceitação do produto capixaba, em 2023 o cenário está completamente diferente e o ano promete ser de recuperação para quem cultiva gengibre no estado.
A safra de gengibre no Espírito Santo este ano deve chegar a 60 mil toneladas. Desse total, mais de 40 mil toneladas são destinadas à exportação.
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Juntos, os municípios de Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Domingos Martins, na Região Serrana do estado, concentram 90% da produção de gengibre do estado.
Galderes Magalhães, técnico do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) disse que o problema que prejudicou o Espírito Santo aconteceu porque países como Chile e Peru tiveram uma safra elevada e ofertaram preços mais baixos. O Brasil também sofreu com o frete mais caro e os preços dispararam.
“Ano passado, a gente teve supersafra nos países maiores exportadores do mundo e teve um problema em um país específico que acabou acarretando com que ele vendesse o produto a um preço bem mais barato do que o nosso produto. Quando chegou no momento da nossa safra, também tivemos problemas com falta de contêiner e acabou que nosso frete ficou muito caro. Então, o mercado absorveu produtos de outros lugares, prejudicando o nosso produtor rural”, detalhou o técnico do Incaper.
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Preço da caixa de gengibre aumentou seis vezes, em média, este ano
Estados Unidos, Europa e países da Ásia compram o gengibre produzido no Espírito Santo e este ano o produto está valorizado e custando até seis vezes mais em relação ao ano passado. Enquanto em 2022 a caixa foi vendida, em média, a R$ 15, este ano o valor tem variado entre R$ 90 e R$ 100.
Só nos primeiros cinco meses do ano, a quantidade de gengibre vendido para fora do país mais que dobrou em relação ao ano passado.
Atento a esse cenário positivo do mercado, o produtor Alexandre Belz, que tem 68 mil pés de gengibre em Santa Leopoldina, na Região Serrana do Espírito Santo, investiu na qualidade do produto pensando na exportação. Na colheita, ele toma todo o cuidado para não danificar as ramificações (rizoma) que crescem em meio à terra.
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“Tem os desafios, não é fácil também, mas é prazeroso trabalhar com gengibre para exportação. Os europeus adoram nosso produto, isso que motiva a gente a continuar”, disse o produtor.
Do plantio à colheita, que acontece entre abril e maio e vai até novembro, são de sete a dez meses. Em fase de transição para a produção orgânica, o agricultor não usa mais adubo químico na plantação.
As melhores peças são selecionadas para a exportação e um dos critérios do mercado internacional é o peso, que pode variar entre 150 e 200 gramas. O técnico Galderes Magalhães também comentou sobre a boa qualidade do gengibre produzido em terras capixabas.
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“Em termos de tamanho e peso, está adequado para a exportação, nós não temos sinais de deficiência nutricional, sinal de que ele estava doente ou que ele apresente algum sintoma de alguma doença. Ele vai conseguir fazer a viagem, todo o percurso de exportação dele, e ele vai chegar lá e manter a qualidade dele por mais tempo”, disse o técnico do Incaper.
Alexandre Belz mantém parceria com uma empresa que faz todo o processo necessário de transporte e venda para outros países.
Outro produtor de Santa Leopoldina que trabalha com exportação de gengibre é Leomar Schaeffer. Ele recebe a produção de parceiros que deixam tudo por conta dele, desde a limpeza à seleção dos melhores gengibres e a negociação no mercado externo.
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Um pequeno corte na ponta das raízes ajuda a identificar doenças ou algum tipo de fungo, sendo o fusarium o mais comum.
“Você corta e você vê: se está tudo ok, ela serve. Porém, se aparecer um que esteja fora do padrão, essa tá contaminada. Não serve para exportação. Vai apodrecer durante o trajeto daqui até lá, então é jogado fora”.
O gengibre que atende aos padrões de exportação vai para a secagem na estufa, que dura de três a dez dias, de acordo com a temperatura. O corte feito na ponta das raízes cicatriza e a exportação é feita em caixas de 15 quilos.
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Leomar lembrou como o ano anterior foi complicado para quem produz gengibre no estado, mas agora está otimista diante do cenário positivo no mercado internacional.
“Muito difícil, muito difícil, as contas não fecharam, ficamos no vermelho, eu como todos os produtores do estado, foi muito difícil pra todo mundo. Esse ano vai ter lucro para o produtor. Ano passado muitos deram prejuízo e, esse ano, graças a Deus, a maioria confiou, plantou e vamos conseguir retirar o prejuízo dos anos anteriores”, disse o produtor Leomar.