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As restrições da União Europeia a produtos provenientes de áreas de desmatamento, legal e ilegal, podem levar a um aprofundamento das relações comerciais brasileiras com os países integrantes do Brics (grupo formato por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), caso as negociações com bloco europeu não avancem, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
“Precisamos mostrar o quanto nossos produtos têm qualidade e garantia sustentável. A própria ministra (do Meio Ambiente) Marina Silva disse que menos de 2% dos produtores brasileiros cometem crimes ambientais. Se, com certificação e garantia da produção, a União Europeia não quiser aceitar os nossos produtos, vamos explorar o bloco dos Brics”, ressaltou.
A declaração foi realizada em coletiva de imprensa durante o 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado nesta segunda-feira em São Paulo.
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“O Brasil tem de ter altivez, vamos procurar uma nova ordem econômica, com novas oportunidades econômicas”, acrescentou Fávaro.
O ministro também reforçou as críticas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre as exigências ambientais da União Europeia para concluir o acordo com o Mercosul.
A União Europeia apresentou protocolos adicionais para fechar o acordo comercial com o Brasil e os outros países-membros do Mercosul. No aditivo da União Europeia para o acordo, segundo Fávaro, não há nenhum ponto sobre abertura de mercado ou inclusão social.
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Fávaro ressaltou que Marina Silva deverá apresentar um estudo na 28ª Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 28), em novembro, sobre os efeitos do aquecimento global para a agricultura. “Hoje, 80% da emissão de CO2 do mundo é proveniente de petróleo, não é desmatamento da Amazônia”, afirmou o ministro. “O código florestal do Brasil é altamente restritivo”, destacou.
Embora o país avance na fiscalização, o ministro admitiu que há lentidão na regularização ambiental de produtores rurais. Ele afirmou que, em São Paulo e Mato Grosso, apenas 5% dos produtores rurais que incluíram os dados no sistema do Cadastro Ambiental Rural (CAR) estão com seus processos aprovados.